Segue um trecho onde ele fala sobre dois quadros para a sexualidade masculina:
O primeiro quadro é de um homem que se comprometeu com a pureza sexual e está vivendo em integridade sexual com sua esposa. Para agir de acordo com as legítimas expectativas da sua esposa e maximizar o prazer mútuo deles no leito conjugal, ele tem o cuidado de viver, falar, conduzir, e amar de um modo tal que faz com que sua esposa encontre a realização dela entregando-se a ele em amor. O ato sexual então torna-se um preenchimento de todo o relacionamento deles, não um ato físico isolado que é meramente incidental ao amor um pelo outro. Nenhum deles usa o sexo como meio de manipulação, nem focaliza desordenadamente no prazer pessoal egocêntrico e ambos se dão a um ao outro em contumaz e desimpedida paixão sexual. Neste quadro, não há nenhuma vergonha. Diante de Deus, este homem pode estar confiante de que está cumprindo suas responsabilidades como varão e como homem. Ele está dirigindo a sua sexualidade, seu impulso sexual, e sua materialização física para o relacionamento uma-só-carne que é o paradigma perfeito da intenção de Deus na criação.
"O ato sexual então torna-se um preenchimento de todo o relacionamento deles, não um ato físico isolado que é meramente incidental ao amor um pelo outro."
Mohler nos pede então que consideremos o quadro do outro homem:
Este homem vive só, ou pelo menos em um contexto diferente do santo matrimônio. Dirigido para dentro em vez de para fora, seu impulso sexual tornou-se uma máquina de luxúria e autogratificação. Pornografia é a essência do seu interesse e estimulação sexual. Em vez de encontrar satisfação em sua esposa, ele olha para fotografias obscenas para ser recompensado com excitação sexual que vem sem responsabilidades, expectativas ou exigências. Colocada diante dele há uma variedade aparentemente infinita de mulheres nuas, imagens sexuais de carnalidade explícita, e uma profusão de perversões concebidas para seduzir a imaginação e corromper a alma.
Este homem não precisa se preocupar com a sua aparência física, sua higiene pessoal ou o seu caráter moral aos olhos de uma esposa. Sem essa estrutura de responsabilidade, ele está livre para buscar o seu prazer sexual sem considerar seu rosto não barbeado, sua indolência, seu mau hálito, seu odor corporal e sua aparência física. Ele não enfrenta nenhuma exigência de respeitabilidade pessoal e não há olhos observando-o para avaliar a seriedade e o valor do seu desejo sexual. Em vez disso, seus olhos vagam pelas imagens de rostos que não piscam, olhando de soslaio para mulheres que não lhe exigem nada, que nunca retrucam e que jamais podem dizer "não". Não há troca de respeito, nenhuma troca de amor, e nada além do uso de mulheres como objetos sexuais para seu o prazer sexual individual e invertido.
"Em vez de encontrar satisfação em sua esposa, ele olha para fotografias obscenas para ser recompensado com excitação sexual que vem sem responsabilidades, expectativas ou exigências."
Por conseqüência lógica, ele alcança satisfação sexual à custa de mulheres que foram usadas e abusadas como mercadorias e objetos sexuais. Ele pode imaginar um ato sexual enquanto atinge seu prazer físico, mas ele quase certamente não imagina o que significaria ser responsável por esta mulher como marido e estar comprometido com ela como companheiro. Ele pode sentar-se vestido com sua roupa de baixo imunda, arrotando as sobras da pizza da noite anterior e ocupando-se com um padrão de satisfação sexual maneta enquanto "navega na rede" e perde a sua alma.
Eis o ponto:
Estes dois quadros da sexualidade masculina foram deliberadamente concebidos para inculcar que todo homem tem que decidir quem ele será, a quem ele servirá, e como ele amará. No fim, a decisão de um homem sobre a pornografia é uma decisão sobre a sua alma, sobre o seu casamento, sobre a sua esposa e uma decisão sobre Deus.
Pornografia é uma difamação contra a bondade da criação de Deus e uma corrupção deste bom presente que Deus deu às Suas criaturas a partir do seu próprio amor abnegado. Abusar deste presente é debilitar, não só a instituição do matrimônio, mas a própria essência da civilização. Escolher a luxúria em vez do amor é degradar a humanidade e adorar o falso deus Priapus na forma mais descarada de idolatria moderna.
Albert Mohler (compilação de Justin Taylor)
Tradução: Juliano Heyse
Site: Bom Caminho