“Ora, vós sois corpo de Cristo e seus membros em particular”. - I Co 12.27
O apóstolo Paulo, na sua primeira epístola aos Coríntios 12. 12-31, nos afirma que, apesar da experiência salvífica ser única e individual, as nossas ações, a partir desse momento, devem ser coletivas, no mesmo corpo, a igreja, sem distinção de valores pessoais no que diz respeito às nossas posses materiais e intelectuais. O corpo a que Paulo se refere é o de Cristo, pois “não vivemos mais, mas Cristo vive em nós”. Afirma ainda, em outra passagem, que Cristo é a pedra angular, o fundamento, o alicerce do corpo, isto é, da igreja. Seguindo esse raciocínio em Efésios 4.15-16, diz que Cristo é o cabeça da igreja, portanto o mentor intelectual das nossas ações, não que sejamos manipulados por Cristo, e sim orientados a meditar dia e noite nos seus mandamentos, os quais irão nos ajudar a desenvolver a nossa santificação.
Infelizmente, não é isto que temos visto na igreja. O fundamento não tem sido Cristo, e, sim, as curas, a prosperidade, os interesses pessoais, o crescimento numérico e, muitas vezes, o próprio líder da comunidade tem sido o fundamento. Não é mais Cristo que nos orienta, não somos mais dependentes de Cristo, e, sim, detentores de poder para determinar o que queremos e como queremos. A soberania de Jesus é usurpada, a nossa relação com a Trindade passa a ser uma relação comercial, isto é, seremos submissos ao Deus Triúno se em troca recebermos as bênçãos.
Somos realmente o corpo de Cristo, onde Ele é o fundamento, onde é Ele quem nos faz andar altaneiramente. Se Ele é o nosso cabeça, que nos ensina a andar pelos caminhos eternos, não nos pertencemos mais, somos raça eleita, separada, servos de um Deus que é soberano e a ele devemos toda honra e obediência. É urgente o resgate da visão triuna da igreja, como povo, corpo e edifício, isto é, povo de Deus, corpo de Cristo e morada do Espírito Santo, onde Cristo é o fundamento e cabeça.
Rev. Francisco Jonatan Soares
Pastor auxiliar da 2a. Igreja Presbiteriana de Fortaleza
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