quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Porque você vai à Igreja?


Você já parou para se perguntar, por que você vai à Igreja? Se você ainda não o fez, talvez seja uma boa hora para isto. Nunca é tarde para se fazer uma reflexão sobre o significado de ir à Casa de Deus. Se a sua motivação for correta, então ela será fortalecida mais ainda. Mas se houver alguma motivação duvidosa ou equivocada, será uma excelente oportunidade para você se corrigir e mudar as suas atitudes. Pense com cuidado e sinceridade sobre cada ponto deste texto. Examine o seu coração, neste instante, sobre as suas reais intenções ao ir à Casa de Deus. Pergunte-se: Vou à Igreja por que lá buscarei:
 

I. Um Lugar Social. Muitos vão à igreja, porque acreditam que ela seja um “mero clube social”, um lugar para se encontrar e conhecer muitas pessoas. Mas, por que, então, essas pessoas não vão a um clube de verdade? A resposta é simples. Em qualquer clube é preciso ter dinheiro para se entrar, comer e se divertir, enquanto que na igreja, a entrada é franca, não se paga nada. Sem contar que a “galera” ali é do bem. O negócio é estar junto.
 
II. Um Lugar de Diversão. Muitos vão à igreja porque acreditam que ela seja um ótimo lugar para diversão. Alguns cultos são muito “animados”, com muito louvor, música, dança, “oba-oba”, etc. Outros vão porque, vez ou outra, tem passeios, piqueniques, cafés da manhã, almoços, jantares, encontros, acampamentos (ah! neste todo mundo vai). O negócio é se divertir.
 
III. Um Lugar de Obrigações. Muitos vão à igreja, porque acreditam que ela seja apenas um “mero lugar” para se cumprir as muitas “obrigações religiosas”. Há aqueles que vão, fazem suas orações, ouvem umas “palavras bonitas”, dão seus dízimos, cumprem seus votos, e, enfim, obrigação cumprida. Há aqueles que vão pela imposição dos pais, do namorado, de outros, etc.  O negócio é cumprir a religiosidade, nem que seja só no domingo.
 
IV. Um Lugar de Bênçãos. Muitos vão à igreja, porque acreditam que se não forem, não serão abençoados por Deus. Logo, essas pessoas vão, não para dar, mas para receber. Funciona como uma espécie de barganha (troca) com Deus. “Eu vou, mas o Senhor tem que me abençoar, senão, eu não vou mais”. O negócio é receber alguma coisa em troca.
 
V. Um Lugar de Poder. Muitos vão, e estão na igreja, porque estão interessados nos cargos e privilégios que ela oferece. Há pessoas que jamais exerceriam função alguma de liderança na vida cotidiana, mas quando encontram uma brecha na igreja, logo querem tornar-se “senhores” e não servos. Essas pessoas não estão preocupadas com o espiritual (crescimento e maturidade cristã); e sim, com o poder que tais cargos possam lhes dar. O negócio é estar no poder, na liderança, na mídia, na vitrine da igreja.
 
VI. Um Lugar de Preenchimento. Muitos vão à igreja, porque acreditam que ela é um “mero lugar” de preenchimento de tempo. É como se fosse, na verdade, um último recurso. Sabe aquela história de que “quando não se tem nada de mais interessante para se fazer...” É assim mesmo que algumas pessoas pensam. Essas pessoas raciocinam da seguinte forma: “É domingo.... Não tenho dinheiro para viajar. Não tenho um clube para ir. Não tenho dinheiro para ir ao shopping. Meus amigos não me convidaram para sair. Nenhum parente veio aqui em casa. Então, só restou uma opção – a igreja. Portanto, o negócio é ir à igreja, se sobrar um tempinho..., que isso fique bem claro.
 
Diante de tudo isso, quero chamar a sua atenção, para o fato de que há muitas pessoas assim, que estão freqüentando as Igrejas. Elas vão com a intenção e motivação erradas. Elas não vão porque querem buscar a Deus, adorá-lo, agradecê-lo e entregar-lhE de coração seus dízimos e ofertas.
 
A cama é o “deus da manhã”. É mais fácil enfrentar o trânsito do caminho do shopping, durante a semana, a fila do supermercado ou do cinema, o congestionamento para descer ao litoral, em dias de feriadão, do que sair da cama no domingo de manhã. Esse deus que domina as manhãs de domingo, de muitos crentes, tem outro nome, ele se chama preguiça. Preguiça de levantar, preguiça de deixar as cobertas quentes, preguiça de ter que caminhar até à igreja.
 
De outro lado, muitas pessoas estão mais interessadas no jogo de futebol, especialmente quando é final de campeonato, do que no culto ou nas reuniões da igreja. Outras só sabem falar de futebol. Sabem toda a escalação tática do seu time, mas não sabem coisas básicas da Bíblia. Às vezes me pergunto: até que ponto o futebol não tem sido “futelatria” (adoração ao futebol), com cara de entretenimento de domingo à tarde? Por vezes, ouço os crentes discutindo, antes e depois do culto, sobre o jogo, e não sobre a vida espiritual. Nenhuma palavra se ouve sobre a mensagem, os hinos, a Bíblia, senão, os comentários fúteis que não levam a nenhuma edificação, quando não, causam discussões intermináveis, sem nexo e sem sentido. Sem contar, aqueles que durante o culto estão assentados em seus bancos, como que “vegetando”, sonolentos, “voando”, desligados, usando o celular (nisto estão bem ligados, diga-se de passagem), lendo o índice da Bíblia, lendo o boletim (que deve ser lido mesmo, é para isso que ele existe, mas não na hora do culto), olhando para os lados, quando não, para o horário no relógio (como que esperando o sinal, isto é, o amém final, o “ufa! – até que enfim acabou!”).
 
Precisamos entender que Deus não precisa de nós, nunca precisou e não irá precisar. Deus é Deus e pode fazer todas as coisas. É justamente o contrário. Nós é que precisamos de Deus. Precisamos de Sua bênção, misericórdia, graça, amor, bondade, perdão, provisão, direção, etc. Não pensemos que ir à Casa de Deus é um favor que estamos fazendo a Ele. Não, em hipótese alguma. Muito pelo contrário. Ir à Igreja deve ser visto como um privilégio que nem todos têm. Muitos cristãos, que vivem em países comunistas, sofrem por não terem ou não poderem freqüentar regularmente uma igreja. Eles asseiam por uma igreja de portas abertas para adorarem a Deus. Pense um pouco irmão. Você vive num país de plena liberdade religiosa. Só que para isto acontecer, muitos sofreram, a ponto de entregarem suas vidas à morte.
 
Você deve ir à Casa de Deus, porque Ama a Jesus Cristo acima de tudo. Você o ama porque Ele é o Seu Salvador e Senhor. Se Ele não tivesse morrido por você, hoje você estaria na sarjeta da vida espiritual, sem rumo, sem norte, vivendo e andando segundo os desejos pecaminosos da carne.
 
No Salmo 84, um dos mais lindos de toda a Bíblia, lemos as declarações do salmista: “Quão amáveis são os teus tabernáculos, SENHOR dos Exércitos! A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do SENHOR; o meu coração e a minha carne exultam pelo Deus vivo! O pardal encontrou casa, e a andorinha, ninho para si, onde acolha os seus filhotes; eu, os teus altares, SENHOR dos Exércitos, Rei meu e Deus meu! Bem-aventurados os que habitam em tua casa; louvam-te perpetuamente. Pois um dia nos teus átrios vale mais que mil; prefiro estar à porta da casa do meu Deus, a permanecer nas tendas da perversidade.” (Sl 84.1-4, 10).
 
Em Atos lemos sobre a vida cotidiana da Igreja Primitiva: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo.” (At 2.42, 46-47).
 
Não nos esqueçamos da recomendação do autor da Carta aos Hebreus: “Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima.” (Hb 10.25).
 
Ah meu Deus! Quem dera todos pudessem exclamar como Davi: “Alegrei-me quando me disseram: vamos à Caso do Senhor” (Sl 122.1).
 
Em amor, para glória no nome de Cristo e edificação da Igreja,

Rev. André Silvério
Pastor da Igreja Presbiteriana de Jardim Girassol - Guarulhos/SP

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